O fim-fim é uma ave passeriforme da família Fringillidae.
Também conhecido como vim-vim (Maranhão e Piauí), fi-fi-verdadeiro, vem-vem (Natal/Rio Grande do Norte),Guriatã-de-coleira (Bahia), vi-vi e puvi (interior de São Paulo). No Nordeste recebe a denominação de vem-vem, gaturamo-fifi ou guriatã. E aparece na música Cantiga de Vem-Vem, composta por Luiz Gonzaga:
vivo sempre escutando a cantiga de vem vemquando ouço ele cantando penso ser você que vem
vivo de olho no caminho porque não chega ninguém
ai ai ai por fim não chega ninguém
quando perco a esperança parece uma tentação
me sento lá no terreiro
escoro o rosto com a mão
sem plano pobre coitado
fazendo risco no chão
ai ai ai fazendo risco no chão
tá vendo meu bem
tá vendo como e doce querer bem
faz inté levar em conta a cantiga de vem vem
ai ai ai a cantiga de vem vem
Nome Científico
Seu nome científico significa: do (grego) euphonia, euphony = excelência do tom; e do (grego) khlörotës, khlöritis = de cor verde, esmeralda. ⇒ (Pássaro) verde com excelência do tom ou (ave) cantora verde. Khlörotes faz referência a foma juvenil ou da fêmea desta espécie que possui a cor verde. “Tangara noir et jaune de Cayenne” de Brisson (1760) (Euphonia).
Mede 9,5 centímetros de comprimento e pesa cerca de 8 gramas (macho).
É uma das espécies mais conhecidas do gênero Euphonia. Além do colorido do macho, outra característica marcante nessa ave é o canto assobiado, usado para contato entre o grupo e origem dos nomes comuns.
Sua voz pode ser facilmente reconhecida: “di-di”, “vi-vi”, “vem-vem” ou “fi-fi” (chamada de ambos os sexos). O canto é fraco, chilreado rápido podendo lembrar o de um pintassilgo. Também imitam outras aves. Macho e fêmea chamam-se nas andanças pela mata. À distância, pode ser confundido com um dos chamados do risadinha, quando faz fi-fi.
A fêmea é verde-olivácea, de fronte amarelada e ventre esbranquiçado. É interessante notar que a fêmea possui um canto elaborado também, além do “fi-fi”.
Subespécies
São cinco subespécies reconhecidas:
cynophora (Oberholser, 1918) - Sudoeste da Venezuela, Sudeste da Colômbia e, provavelmente, Roraima. Dinstingue-se por possuir a coroa amarela um pouco mais extensa que a forma nominal e por ter a cabeça com mais violeta.
chlorotica (Linnaeus, 1766) - Guianas, Amapá, Sul do Rio Amazonas, Norte do Mato Grosso, Goiás, Tocantins, norte de Minas Gerais, Região Nordeste e Espírito Santo. Distingue-se por ter a coroa amarela se estendendo até um pouco atrás dos olhos.
amazonica (Parkes, 1969) - Ambas as margens do Rio Amazonas, Pará (Santarém), extremo nordeste do Peru. Bico e asas menores que a forma nominal.
taczanowskii (P. L. Sclater, 1886) - Norte e sudeste do Peru e Bolívia. Difere das outras subespécies por possuir as partes superiores mais arroxeadas, barriga e coroa de um amarelo bem mais pálido. Coberteiras caudais e uropígio mais azuladas que as costas.
serrirostris (d’Orbigny & Lafresnaye, 1837) - Sudeste da Bolívia, Sul do Mato Grosso, Sul de Goiás, Sudeste e Sul do Brasil até o Uruguai e norte e centro da Argentina e Paraguai. Distingue-se da forma nominal por ter a coroa amarela um pouco menor que chlorotica, estendendo-se apenas até os olhos (não ultrapassando-os).
Alimentação
Frugívoro. Geralmente pousa ao lado de um cacho de frutos e os ingere um após o outro. As sementes ingeridas passam intactas pelo tubo digestivo e quando eliminadas junto com as fezes, muitas vezes aderem a um tronco de árvore ou caem no solo onde germinam. Desta forma, esta e outras espécies de Euphonia são consideradas excelentes dispersoras de sementes. Apreciam muito as frutinhas das ervas-de-passarinho, plantas das famílias lorantáceas e viscaceae, neste último caso ingerem a polpa dos frutos e a semente, deixando cair a casca. Em geral, as sementes são defecadas na forma de um “colar de contas” nos galhos, mas algumas vezes podem cair no solo, onde não se desenvolvem. Existe uma particularidade anatômica que muito singulariza esta ave, que é a não existência de moela, sendo, o próprio papo bastante atrofiado. Tal simplicidade do aparelho digestivo revela claramente o regime frugívoro levado ao extremo.
Reprodução
Atingem a maturidade sexual com cerca de 12 meses. Cada ninhada geralmente tem entre 2 e 5 ovos, tendo de 2 a 3 ninhadas por temporada. Os filhotes nascem após 15 dias.
No período reprodutivo o macho costuma ficar cantando nas horas mais quentes do dia, pousado sob a copa. Nessas cantorias, usa um canto próprio, elaborado, às vezes mesclado com imitações.
Hábitos
Habita a mata baixa e rala, o cerrado, a caatinga, cocais e matas serranas (região sudeste).
Visita as áreas de vegetação mais densa na procura de insetos e frutos, sempre na parte alta da árvore ou arbustos maiores. Costuma movimentar-se no meio da folhagem das copas, não se aproximando do chão na parte interna da ramagem.
Nenhum comentário:
Postar um comentário