Paradisaeini é uma tribo de aves passeriformes da família Paradisaeidae, com 14 géneros e cerca de 43 espécies das chamadas aves-do-paraíso. A característica mais marcante das aves-do-paraíso é a plumagem exuberante dos machos da maioria das espécies, utilizada como ornamento nos rituais de acasalamento. O grupo é típico da Australásia e está presente nas regiões tropicais do Norte da Austrália, Nova Guiné, Indonésia e Ilhas Molucas. As aves-do-paraíso habitam principalmente zonas de floresta tropical e manguezais.
As aves-do-paraíso são aves de pequeno a médio porte, medindo entre 15 a 120 cm de comprimento, incluindo a cauda. As espécies maiores têm dimensões aproximadas a um corvo. O grupo é notório por dimorfismo sexual extremo: as fêmeas têm plumagem monótona, em tons de cinzento e castanho, enquanto que os machos da maioria das espécies são muito coloridos, por vezes em tons contrastantes e/ou iridiscentes, com caudas longas e/ou penas que se destacam na cabeça e pescoço. Há no entanto espécies onde o macho não é ornamentado e é semelhante à fêmea. O bico é curto e forte e adaptado a uma alimentação omnívora, baseada em frutos, folhas e animais como anfíbios, insectos e outros invertebrados.
Os machos das aves-do-paraíso são normalmente solitários, enquanto que as fêmeas vivem em pequenos bandos juntamente com os juvenis. Na época de reprodução, o macho representa uma série de rituais de exibição, com o objectivo de atrair as fêmeas. Estas danças são muito elaboradas e no género Parotia fazem inclusivamente lembrar as danças hula e limbo. Nas maioria das espécies, onde há dimorfismo sexual significativo, a fêmea toma conta da incubação e crias sozinha, mas quando o macho é semelhante em plumagem à fêmea toma também parte nos cuidados parentais. A hibridização é um fenómeno comum dentro deste grupo e resulta em animais com plumagens intermédias, que foram confundidos no passado como espécies próprias.
As plumas das aves-do-paraíso são bastante importantes nas sociedades nativas da Nova Guiné como símbolo de estatuto social. Quando a ilha foi descoberta e explorada por naturalistas europeus, as aves-do-paraíso causaram sensação pelo seu exotismo e diversidade. As plumas tornaram-se num adorno habitual nos chapéus das senhoras das classes média e alta, enquanto que os museus de história natural e coleccionadores privados competiam pelo maior número possível de exemplares taxidermizados. No final do século XIX, princípio do século XX, foram abatidas muitas aves-do-paraíso para estes fins e muitas espécies ficaram à beira da extinção. Hoje em dia o IUCN lista apenas 12 aves-do-paraíso, mas todas as espécies do grupo estão protegidas na Papua-Nova Guiné e Irian Jaya. A importação de plumas de aves-do-paraíso é proibida na maioria dos países.
As aves-do-paraíso foram anteriormente classificadas em família própria, Paradisaeidae.
A espécie Parotia berlepschi, foi descrita no século XIX. Seu nome científico é uma referência a Hans von Berlepsch, ornitólogo alemão do mesmo século. Acreditava-se estar extinta, mas uma expedição ocorrida em dezembro de 2005 redescobriu-a nas Montanhas Foja, na Papua-Nova Guiné.
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