saí-azul macho
saí-azul fêmea
O saí-azul é uma ave passeriforme da família Thraupidae. Também conhecido como saí-bico-fino, saíra-de-bico-fino, azulego e saí-bicudo.
Seu nome científico significa: do (grego) daknis = tipo de ave do Egito, mencionado por Hesíquio e pelo gramático Pompeu Festo; do (latim) cayana, cayanensis, cayanus = referente a Caiena na Guiana Francêsa. ⇒ Ave de Caiena.
Características
Mede aproximadamente 13 centímetros de comprimento e pesa, em média, 16 gramas. Apresenta acentuado dimorfismo sexual: o macho é azul e negro, com as pernas vermelho-claras, enquanto a fêmea é verde, com a cabeça azulada e pernas alaranjadas. Seu canto é um gorjear fraco.
saí-azul jovem
Subespécies
Possui oito subespécies, e duas ocorrem no Brasil:
Dacnis cayana cayana (Linnaeus, 1766) - ocorre do Leste da Colômbia até a Venezuela, Guianas, Norte e Centro do Brasil; e na Ilha de Trinidad;
Dacnis cayana paraguayensis (Chubb, 1910 ) - ocorre do Leste do Paraguai até o Leste e Sul do Brasil e no Nordeste da Argentina;
Dacnis cayana ultramarina (Lawrence, 1864) - ocorre da costa Caribenha do Nordeste de Honduras até o Nordeste da Colômbia
Dacnis cayana callaina (Bangs, 1905) - ocorre no Oeste da Costa Rica e no Oeste do Panamá na região de Chiriquí;
Dacnis cayana napaea (Bangs, 1898) - ocorre na região tropical do Norte da Colômbia;
Dacnis cayana baudoana (Meyer de Schauensee, 1946) - ocorre na região tropical do Sudoeste da Colômbia das Montanhas Baudó até o Oeste do Equador;
Dacnis cayana caerebicolor (P. L. Sclater, 1851) - ocorre na região Central da Colômbia nos vales de Cauca e Magdalena;
Dacnis cayana glaucogularis (Berlepsch & Stolzmann, 1896) - ocorre no Sul da Colômbia até o Leste do Equador, Leste do Peru e Oeste da Bolívia.
Indivíduos com plumagem leucística
O que é leucismo?
O leucismo (do grego λευκοσ, leucos, branco) é uma particularidade genética devida a um gene recessivo, que confere a cor branca a animais geralmente escuros.
O leucismo é diferente do albinismo : os animais leucísticos não são mais sensíveis ao sol do que qualquer outro. Pelo contrário, são mesmo ligeiramente mais resistentes, dado que a cor branca possui um albedo elevado, protegendo mais do calor.
O oposto do leucismo é o melanismo.
Alimentação
Alimenta-se de néctar, insetos e frutas. Costuma frequentar comedouros de frutas. Aprecia os frutos da tapiá ou iricuruna (Alchornea glandulosa), e a Michelia champaca (Magnólia-amarela).
Reprodução
Atinge a maturidade sexual aos 12 meses. Reproduz na primavera e no verão. O ninho é uma taça profunda, feita de fibras finas, colocado de 5 a 7 metros do solo, entre as folhas externas de uma árvore. A construção do ninho é tarefa da fêmea, que é protegida pelo macho contra intrusos. Os 2 ou 3 ovos são esbranquiçados ou branco-esverdeados com manchas cinza-claras e são incubados pela fêmea. Durante este período ela é, às vezes, alimentada pelo macho. Os filhotes são alimentados pelo casal e permanecem no ninho cerca de 13 dias. Costuma ter de 2 a 4 ninhadas por temporada.
Casal de saí-azul
Hábitos
É comum em bordas de florestas, capoeiras arbóreas, campos com árvores esparsas, florestas secas e de galeria. Vive normalmente aos pares ou em pequenos grupos, procurando insetos ativamente na folhagem ou alimentando-se de frutos em árvores e arbustos. Vive à beira da mata em várias altitudes, copas de mata alta. Costuma aparecer em pequenos bandos mistos com Cyanerpes e Tangara.
Distribuição Geográfica
Ocorre em todas regiões do Brasil. Encontrado também de Honduras ao Panamá e em quase todos os países da América do Sul, com exceção do Chile e Uruguai.